Muito cômoda a situação dos banqueiros diante da greve dos bancários. O fato se repete praticamente todos os anos. Não há aumento condizente e os bancários cruzam os braços. Resultado: as agências fecham e a clientela representada por toda a população fica como mosca tonta defronte a vidraça, sem qualquer ação.
Em compensação os pagamentos atrasam, os juros se sucedem e quem arca com a conta é a população. Uma tremenda injustiça.
Ora! Se alguém é responsável por esta sistemática paralisação grevista, são os patrões. Os bancários estão cobertos de razão ao lutar por seus direitos. Se não há outro remédio para exigir o que lhes cabe, tem mesmo é que fazer greve e lançar mão de um direito constitucional.
O que não pode ocorrer é que os banqueiros, que só lucram, que só avançam nos juros extorsivos continuem a lucrar mesmo em tempo de greve, ganhando benefícios pela operação dos juros e cobranças fora de prazo.
Está na hora de alguma autoridade tomar providência. O governo que é tão conivente com as benesses aos banqueiros, deveria ser o primeiro a se manifestar, mas se aquieta e inexplicavelmente sequer dá alternativas satisfatórias ao público.
Não basta o Procon anunciar que as pessoas tem o direito de recorrer e que procurem os órgãos de protesto. Essa é a última alternativa para o povo. É preciso que medidas preventivas sejam tomadas para evitar que todo ano tenhamos o mesmo problema, a mesma ladainha.
Quem perde tempo, dinheiro, passa raiva, bate com a cara na porta é a população. O governo precisa defendê-lo e deve tomar medidas duras para desestimular não o movimento grevista, mas a indiferença patronal diante da sua possibilidade de mais e mais lucros.
Fica no ar a conivência do poder público com o poder econômico contra a impotência do cidadão diante do poder podre.
Movimentem-se legisladores! Tomem a frente de uma causa que é legítima. Ou é inconveniente ficar a favor do eleitor que definirá seu futuro nas próximas eleições? A escolha é de cada um!
Osni Gomes