Ainda quando se discutia sobre o isolamento social e a necessidade de fechar o comércio para evitar a propagação do vírus, Bolsonaro chegou a insinuar que haveria um tempo em que os pobres esfomeados chegariam a saquear o comércio em busca de comida.
Passamos para uma etapa de retorno da curva dos altos índices de contaminação, tanto que o que se vê agora, em algumas cidades, é que o comércio aos poucos está sendo autorizado a reabrir e há um certo acomodamento em relação aos índices elevados do vírus.
Mas o que se vê, nos supermercados, que continuam com seus faturamentos intactos é um disparar desenfreado de preços que está assustando a população. Ao contrário do que prognosticou Bolsonaro, não estamos vivendo a época de saques dos pobres esfomeados, mas um comportamento ganancioso dos empresários na fixação dos preços das mercadorias.
Gêneros de primeira necessidade e que não passam nem de perto pelo efeito da sazonalidade estão sendo remarcados com aumentos de 300 a 500% em alguns casos. É a corrida desenfreada do empresariado oportunista tentando faturar em cima de uma crise que está passando.
Os registros são claros de que o apetite voraz tomou conta do setor mais abastado da sociedade. Daí se entende a inversão do discurso que tentou culpar os humildes em prognósticos totalmente equivocados.
